Qual a importância da caminhada na terceira idade
O cérebro é capaz de se regenerar mesmo na idade adulta. Para retardar o declínio cognitivo em idosos, a melhor arma é a atividade física e, em particular, a caminhada. Um dogma que se desintegrou gradualmente ao longo dos anos.
Não é verdade que, uma vez atingido o desenvolvimento máximo, nosso cérebro não seja mais capaz de se renovar.
Longe disso. Neurônios, em todas as idades, podem se regenerar. Para isso, porém, requer atividade física constante e o melhor método para o idoso é a caminhada. Quanto mais você se exercita, maior é a remodelação da nossa “substância branca”. Traduzido: caminhar melhora o desempenho cognitivo e retarda o processo de deterioração progressiva que ocorre ao longo dos anos. Isto é afirmado por um estudo publicado na NeuroImage.
CAMINHADA, A MELHOR ATIVIDADE
Um resultado importante, o obtido no estudo sobre NeuroImage, que mais uma vez mostra a importância da atividade física no combate ao declínio cognitivo. No entanto, um fato agrega novos conhecimentos: no que diz respeito ao desempenho cognitivo, a caminhada rápida parece ser a aliada ideal para a saúde do nosso cérebro. Mais um motivo para caminhar!
Um estudo científico, cujos resultados foram divulgados na Jama Internal Medicine, destacou como a caminhada para uma mulher é absolutamente aconselhável para manter uma boa saúde, mesmo no momento em que se atinge a temida terceira idade.
O estudo foi realizado por pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, em Boston: de acordo com os resultados desta pesquisa, para se manter saudável na velhice não seria obrigatório dar pelo menos 10.000 passos por dia, uma meta que, sem dúvida, não é muito fácil mas apenas 7.500 seriam suficientes para que as mulheres idosas pudessem esperar viver mais e com boa saúde.
Os pesquisadores, liderados por I-Min Lee, chegaram à conclusão de que mesmo um aumento não muito alto no número de passos diários está ligado a uma redução considerável na mortalidade entre as mulheres que já estão na velhice.
O estudo envolveu aproximadamente 16.800 mulheres com idade média de 72 anos. Todos tinham que usar um aparelho por meio do qual os pesquisadores pudessem registrar seus movimentos: o instrumento foi usado pelos participantes da pesquisa por 7 dias consecutivos, sempre e somente quando estavam acordados. Posteriormente, todas as mulheres que participaram desta primeira parte do estudo foram acompanhadas por um período de 4 anos e durante este período 504 morreram.
Terminado o período do estudo, os pesquisadores analisaram os resultados e concluíram que as mulheres que se moviam menos, ou seja, aquelas com média de 2.700 passos por dia, tinham um risco de mortalidade maior do que, por exemplo, aquelas cuja média de passos era de 4.400 a cada 24 horas. Este último apresentou um risco de mortalidade menor, de até 41%.
Os pesquisadores também descobriram que o risco de morte diminuiu constantemente à medida que o número diário de passos aumentou, eventualmente se estabilizando além do limite de 7.500 passos por dia.
Outro aspecto muito interessante que a pesquisa conseguiu apurar é o fato de que não importa o quão rápido as mulheres andam: ou seja, a velocidade dos passos não é um fator que parece afetar a longevidade:
O estudo trouxe, sem dúvida, alguns resultados muito interessantes, mas os investigadores de Boston querem agora dar mais um passo, que se dará por iniciar um estudo que terá como objeto pessoas de idade mais jovem, de forma a perceber se os resultados alcançado estudando mulheres mais velhas também pode ser aplicado a pessoas que são mais jovens de nascimento. Parâmetros como qualidade de vida e risco de doenças específicas também serão incluídos no próximo estudo.
De qualquer forma, aguardando os resultados do próximo estudo, para o qual obviamente levará muito tempo, o que é certo da pesquisa realizada com mulheres idosas é que a atividade física é um aspecto fundamental a ser incluído na vida diária, para garantir um melhor estado de saúde e poder esperar viver mais.